Filho Mais Velho

Vamos lá, conversar mais um pouco sobre as influências da ordem do nascimento com algumas características do filho.
Hoje quero falar sobre o filho mais velho, ou o Primogênito. Vamos fazer de novo o exercício de lembrar como são os filhos mais velhos que você conhece ou se você, assim como eu, é mais velho, escreva aí como você acha que é ou como as pessoas dizem que você é.
Muito provavelmente você chegará a essas características: mandão (quer que tudo saia na mais perfeita ordem para o bem de todos), controlador, certinho, responsável, pouco flexível, crítico (de si e dos outros), líder, organizado, conformista, às vezes submisso, competitivo, independente, relutante em correr riscos e conservador.
Nossa, me vi na maioria dessas características e me deu uma sensação de peso nas costas. E a história começa justamente por aí. No livro Disciplina Positiva, da Dra. Jane Nelsen, ela diz: “Uma vez que as crianças mais velhas nasceram primeiro, elas sempre adotam a interpretação equivocada de que devem ser as primeiras ou as melhores para serem importantes.”
Como o filho mais velho é o primeiro a nascer, ele não tem referência, não tem quem imitar. O mesmo acontece com os pais. Eles são “marinheiros de primeira viagem”.
No outro texto disse a vocês das expectativas que esses pais fazem em relação aos filhos. O primeiro é sempre o primeiro. É um tiro no escuro, você não sabe o que vai ser e nem como será, são somente especulações e uma ENXURRADA de conselhos que ouvimos de todos os “palpiteiros de plantão”.
É muita insegurança e expectativa. Nesse clima, os pais se enchem de motivação para fazer daquele filho o melhor e para dar o seu melhor, mas junto com isso colocam uma carga de pressão extra sobre aquela criança. Então o primogênito tem a responsabilidade de suprir essas expectativas, de ser o melhor, o perfeito e desenvolver todas aquelas características que vimos acima. Daí a sensação de peso nas costas. Em geral é muita cobrança e pressão para que esse filho seja o melhor possível, o mais educado, o mais comportado, o mais bonzinho e por aí vai.
Em suma, o primogênito tem pouco espaço para experimentar, pois como ele até então é único, todas as atenções estão voltadas para ele até que ele seja um pouco esquecido pelo nascimento do segundo filho. Mas aí, ele tem uma outra pressão que é dar o exemplo para o mais novo e ainda ter que ajudar a cuidar, já que ele é o mais velho.
Putz, não tem muita saída!
Claro que estou exagerando, mas nem tudo é carga negativa. Ser o primogênito, pode te fazer ser responsável, organizado, líder e independente. E isso no mundo de hoje, pode te dar uma vantagem imensa frente aos outros que não tem essas características. E ainda por cima, você sempre será o primeiro!
Beijo Grande e até a próxima.
Deborah Garcia
Psicóloga – CRP: 06/62436